Desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a campanha Agosto Dourado tem o intuito de incentivar a conscientização global sobre a importância da amamentação. Porém, muito mais do que discutir a necessidade do aleitamento nos primeiros meses de vida, o mês traz uma reflexão sobre a necessidade da preparação materna para esta fase, carregada de desafios e aprendizados, que exigem, sobretudo, orientação. A obstetra credenciada ao cartão São Gabriel, Cândida Mayara, explica que, para garantir o bem-estar e a adaptação da mãe e do bebê, a amamentação deve ser discutida desde as consultas pré-natais.
“Buscar informações e cursos sobre o aleitamento durante a gestação, incluindo orientações sobre pega adequada, ajudarão bastante, inclusive, a não desenvolver fissuras e mastite, que causam dores e inflamação nas mamas. É fundamental lembrar que a amamentação é sob livre demanda e que o bebê deve mamar nas duas mamas até esvaziar o leite”. A especialista ressalta que a suspensão precoce da amamentação pode levar a deficiência nutricional do bebê, a baixa imunidade e, consequentemente, a susceptibilidade a doenças. Além disso, as fórmulas infantis, adotadas como alternativa para a alimentação, podem levar a problemas intestinais, como quadros de constipação e cólicas.
O acompanhamento multiprofissional, antes do pré e do pós-parto, é necessário, pois permite tirar dúvidas sobre o aleitamento. “É essencial esclarecer as dúvidas das mães, divulgar material educativo e explicar sobre a pega adequada. Tudo isso são funções de todos os profissionais de saúde neste período tão importante para mãe e filho”, afirma a obstetra. E, quando se fala na saúde psicológica e rede de apoio às mães, a família tem um papel indispensável para prestar todo o suporte na introdução e continuidade da amamentação no período necessário.
Durante os primeiros meses de vida, o aleitamento exclusivo é o que garante a nutrição e hidratação adequada do bebê, mas, é indispensável entender a individualidade e condição de cada mulher, pois algumas mães conseguem amamentar seus filhos até 6 meses e outras não. A profissional ainda ressalta que existem complicações que podem impedir ou levar ao desmame precoce. “Algumas das condições que contraindicam a amamentação são quando a mãe está infectada por HIV, possui infecções mamárias ativas não tratadas e quando o bebê possui galactosemia, o que impede a metabolização da enzima contida no leite”, finalizou.